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Apego

Tanto ansiei por voltar ao passado que, quando cheguei, não havia mais ninguém lá.

Enfim o outono

aceitei que até o verão encerra ciclos
aceitei que a solidão é uma virtude
aceitei que o mundo pode seguir sem mim
aceitei que posso ser mais aos olhos do outro
aceitei que existe beleza em reviver a dor
aceitei que existe beleza em deixar pra trás
aceitei que construí tudo o que precisava
    aceitei que não preciso ter medo da plenitude
    aceitei que posso decidir meus sentimentos
    aceitei que esta vida é real


aceitei que você me curou.

A vida no segundo verão

O verão se move completamente alheio ao tempo comum; os dias seguem longos, mas as semanas passam em um piscar. Arrasto-me enquanto contabilizo todas as expectativas de 2025, mas logo me assusto ao trocar a folhinha do calendário. Eu deveria mesmo era estar com alguns projetos do trabalho já meio caminho andado, mas desconfio que essa lentidão me conforte de um jeito preguiçoso.


O verão sufoca. Esse verão particularmente, sendo o mais singular em pelo menos uns 15 anos. Poder me ver refletida nos olhos de outro ser humano soa restritivo, mas hoje em dia carrega uma certa liberdade. Quer dizer, eu sempre me libertei sendo mil pessoas a cada instante, agora eu apenas me desdobro em mil e uma.



Apesar de tudo, aguardo o outono com paciência. Não sei se toda essa experiência me tornou mais humilde, mas aceito que ele chegará quando tiver de chegar, e que até lá eu já terei vivido mais uma vida e meia.


Seria típico me desesperar por não conhecer a pessoa que serei quando as folhas avermelharem, mas, hoje em dia, tampouco me reconheço a cada manhã. Melhor, sinto-me até em paz sobre isso. Não pela romantização social, deus me livre, mas por uma certa aceitação exaustiva. No fim, reconheço que a vida sempre foi imprevisível assim, é só que, sozinha, era muito mais fácil manter e me iludir sobre meu controle.

The one with the city

Não é que 2022 tenha sido um ano horrível, mas definitivamente não foi um ano que eu classificaria como bom. Eu até poderia rascunhar aqui toda uma lista de culpados pela decepção, mas acabaria não sendo tão longa quanto minha própria lista de culpas.


Quando lembrar desse ano, acho que inevitavelmente vou pensar naquela semana em Maio, dias antes de viajar para o Brasil. A enxaqueca já me inibia de fazer quase qualquer coisa (incluindo atividades normais como, sei lá, dormir), mas lá estava eu, colada na cadeira do escritório, absorta em um monitor que pouco ajudava com a dor (para não dizer o quanto contribuia em piorá-la), tentando terminar um relatório pedido de última hora. 


Tenho aquela cena bem vívida; a cabeça com pelo menos vinte pontos de inchaço, onde as agulhadas da anestesia entraram, depois de ter sido arrastada ao pronto socorro por um marido desesperado. Tudo saía de foco, enquanto eu tentava espremer um pouco mais da minha limitada energia em prol do relatório. 


Aquele momento vai ficar para sempre como uma representação fiel do que foi 2022; um constante exercício de não ser (ou não estar) suficiente, uma síndrome do impostor e uma catastrofização que levou embora não só minha saúde mental, mas a física também.


Para não ser de todo ingrata, reconheço que coisas legais aconteceram, claro, mas acho que termino o ciclo com essa sensação sufocante de não ter aproveitado o que deveria. Aliás, pior, de ter aproveitado demais o que não deveria. Imergi a fundo em cada frustração, me entreguei a tragédias delineadas (apenas) na minha cabeça, e deixei que isso guiasse boa parte das minhas emoções.



Semana passada fui à Nova York, com o restinho do que sobrou das férias. Eu adorei a viagem, mas nos últimos dias sofri essa epifania que me lembrou bastante do por que eu abandonei a cidade grande há alguns anos. Foi uma epifania bem pessoal, que não faz muito sentido explicar aqui, mas posso dizer que nenhuma palavra descreveria o alívio que senti ao voltar e ver as montanhas, as minhas montanhas.


De madrugada, exausta, retirando pelo menos dois centímetros de neve do carro para conseguir chegar em casa, eu me sentia feliz por estar aqui. Apesar de tudo, sou muito grata pelo que me permite amar muito mais essa minha vidinha rotineira que qualquer vida de viagem.




Prometi a mim mesma que simplificar (o layout, os textos, o ritual) me traria mais por esses lados e, bem, não aconteceu. Talvez ano que vem, talvez nunca mais. Se tem uma experiência que quero levar para 2023, é que pressões e expectativas já não me cabem mais.

For all the eggs in one basket

Passei esses últimos meses submersa em relatos, devorando qualquer pedaço de narrativa que pudesse me iludir sobre mecanismos de enfrentamento e precaução natural. Prendi-me a fios de esperança frágeis, a maioria travestidos de progressões lineares tão impecáveis que faziam meu estômago revirar de despeito.


Por fim, aceitei (talvez uns cinquenta vídeos tarde demais) que esse processo é intrinsecamente pessoal e intransferível. Reconheci também que não há meios de torná-lo menos angustiante – culpar agentes externos, fingir indiferença, ou até mesmo caçoar dos que levam tudo a sério demais –, you name it, eu tentei.


Ainda não cheguei ao estágio de evitar o assunto, mas o sinto iminente. Arquivo conversas inteiras no celular, me convenço sobre ínfimos percalços, e planejo meus passos de modo a tornar as semanas distrativas, ou minimamente suportáveis.




Não posso dizer que dói, mas assusta. Não que as coisas jamais tenham funcionado dessa forma, mas mal consigo planejar o resto do ano com clareza. Veja bem, eu sei das alternativas, e talvez ainda possa traçar um cronograma no escuro, mas o que eu queria mesmo, de verdade, era não precisar de nenhuma programação. Não era assim que era pra ser?


Ainda assim, me julgo até resiliente nessa batalha diária pela censura do arrependimento. A terapia já me advertiu sobre a linearidade (ou a falta dela) em tantos contextos que, se eu me permitir acreditar por um segundo que seja, todo o esforço seria em vão.

Resenha Literária: A Biblioteca da Meia-Noite

Você já leu a sinopse de um livro e ele parecia tudo o que você precisava naquele momento?
Foi o que senti quando descobri o The Midnight Library na lista de melhor ficção do Goodreads Choice Awards 2020. Veja bem, eu tento fugir de leituras em inglês o máximo possível (parece que não consigo imergir na história da mesma forma), mas a premissa me encantou tanto, que eu não queria esperar pela tradução para saber mais sobre a tal biblioteca mágica.


[Alerta de Gatilho: Suicídio] O livro é sobre Nora Seed, uma mulher com depressão que, arrependida sobre o rumo que sua vida tomou, tenta se suicidar. Enquanto se encontra entre a vida e a morte, Nora visita a Biblioteca da Meia Noite, onde cada livro conta sua história em diferentes cenários, baseados em escolhas que ela poderia ter feito no passado.
Ao "entrar" nesses livros, ela é capaz de viver cada uma dessas opções, desfazendo arrependimentos antigos, e até escolhendo uma vida que ela prefira mais que as outras. Ela poderá continuar experimentando cada um desses livros, enquanto ainda mantiver sua vontade de existir.


Com uma sinopse dessas, já é de se esperar que o arrependimento seja o tema central da história de Nora. Ao mergulhar nos primeiros capítulos, é impossível não imaginar como seria nossa biblioteca, quais narrativas encontraríamos e quais escolhas gostaríamos de refazer. O livro bate muito na tecla de nossas decisões erradas serem baseadas em meras suposições, ou seja, jamais saberemos se uma escolha diferente teria saído de fato melhor (ou pior). Para mim, essa ideia foi o grande ponto positivo da história, mas, infelizmente, foi o único.

Nós precisarmos ser apenas uma única pessoa. Nós precisamos sentir apenas uma única  existência. Nós não precisamos fazer tudo para sermos tudo, porque já somos infinitos. Enquanto estivermos vivos, sempre teremos um futuro de inúmeras possibilidades.

Confesso que, em determinado momento, eu já estava um tanto cansada das vidas de Nora. Por mais que as profissões, residências e até interesses românticos mudassem, as histórias acabavam ficando bem repetitivas. Não é possível se apegar aos diferentes cenários, porque eles são explorados de forma bem superficial, e, lá pela terceira tentativa, já entendemos há muito onde o autor quer chegar.

Talvez eu tenha elevado demais minhas expectativas por causa do prêmio do Goodreads, mas achei também que o livro pouco acrescentou ao debate sobre saúde mental e suicídio. Não foram poucas as vezes que tive a impressão de estar lendo uma obra de auto-ajuda, travestida de ficção apenas para dar a liga em frases de efeito motivacionais.

Eu resumiria a moral do livro por aquela máxima de que, ao apagarmos nossos erros, apagamos também nossos acertos, pois não seremos mais quem nos tornamos. E, apesar de ser uma lição válida, senti que o livro a expôs de forma exageradamente didática e previsível, beirando quase o infantil.


Eu queria muito ter gostado desse livro. De verdade. Porém, por mais que a ideia da biblioteca fosse interessante, a execução deixou a desejar. Não apenas os ensinamentos de Nora se tornam mais e mais clichês a cada nova vida, mas o livro também não faz jus aos assuntos delicados que se propõe a abordar.

No mais, se você se interessa pela ideia de reviver arrependimentos passados, queria deixar uma recomendação de uma das minhas séries favoritas da vida, Being Erica. Na série, Erica também tem a chance de refazer escolhas passadas por poderes mágicos (não em uma biblioteca, mas na terapia, olha que acessível), porém os aprendizados, e até mesmo as frases de efeito, são apresentados de forma bem menos óbvia ou negligente.

The Midnight Library, Matt Haig  ★★☆☆☆

Ps: Terminei a leitura de The Midnight Library em Junho/21.
A tradução foi lançada pela Editora Bertrand em Setembro/21 e pode ser encontrada aqui.

De volta às origens

Foi em clima de ano novo que resolvi mudar o layout do blog mais uma vez.


É pra ver se dá um gás, sabe? Pra ver se eu retomo aquela energia que eu costumava ter com projetinhos pessoais, quando o mundo "dos adultos", do corona e do caos mundial não me engolia por inteiro.

(Queria abrir um parêntese aqui que, olha, antes fosse só o blog. Ultimamente parece que tudo na vida anda meio pausado. Estamos vivendo nessa interminável sala de espera, onde até as mudanças mais drásticas parecem mais do mesmo.)

Eu também senti que, cada vez que levava o layout para um lado mais "formal" - carousel, posts cortadinhos, sidebar cheia de widgets -, menos eu tinha vontade de escrever. Porque não dava para publicar um post como esse, caótico e desestruturado, num layout todo moderno e aesthetic do etsy.

Até pensei em desistir. Ah, se pensei. Precisei sentar, reler, abrir janela, fechar janela, cavucar a mente em um questionamento incessante sobre esse espaço ser algo que eu realmente gosto de fazer, ou apenas mais uma cobrança sem sentido da minha cabeça. 


E, para ser sincera, ainda não sei dizer. Talvez seja mesmo mais uma manifestacão dessa pressão auto imposta, uma obrigação invisível que mais sobrecarrega e pouco satisfaz. Porém, nesse momento, eu também sei que ainda não estou pronta para desistir. Em um ano em que as redes atingiram o pico da toxicidade, acho que preciso de uma morada só minha, formatada do meu jeito, para falar sobre o que eu tiver vontade, sem filtros pré configurados ou limite de 280 caracteres.

Acho importante mencionar que eu sempre tive muita dificuldade com a escrita. Ainda lembro bem daquele sentimento de pânico quando a professora de redação pedia para arrancarmos uma folha do caderno. Olhar para os lados e enxergar rostos compenetrados, papéis preenchidos enquanto minha folha permanecia em branco, era uma cena tão frequente e traumatizante que acho que ainda revivo a sensação a cada vez que abro o editor para começar um novo post.

Aliás, a ironia de ter escolhido minha profissão pensando no alívio de nunca mais ter uma aula de português ou ser obrigada a escrever uma dissertaçãozinha sequer, até descobrir que, bem, tudo é escrita. Desde a apresentação sobre o modelo mais preciso, até o email informando as conclusões do experimento, quem sabe estruturar frases vai longe também em Exatas, e quanto mais eu encontrar formas de treinar essa habilidade, melhor para mim. Em todos os campos.


Mesmo eu não gostando de resoluções, fica aqui meu desejo para 2022; ter mais ânimo para visitar esse espaço, nem que para publicar um único parágrafo ou uma tag bobinha. Que aqui possa ser uma expressão do que resta do lado criativo do meu cérebro, minha fuga particular do mundo da lógica no qual me afogo em dias úteis.

Como venho mantendo minha sanidade na pandemia

Ou como não perdi completamente minha já tão limitada estabilidade emocional, mesmo vivendo em um loop infinito estilo Groundhog Day.

Se me dissessem, lá em março de 2020, que um ano depois isso tudo ainda não teria acabado, eu não acreditaria. Ou talvez até acreditasse, no mais puro deboche. "Nada está ruim o suficiente que não possa piorar", resmungaria resignada.

O fato é que, 365 dias depois, quase nada mudou. 365 voltas cujos acontecimentos poderiam ser facilmente condensados em uma única. Acordar, não se dar ao trabalho de tirar o pijama, conversar com uma tela, dormir.

Tudo bem, talvez eu esteja sendo injusta, e um tantinho melancólica. Por enquanto, eu sigo fazendo o possível para não me afogar, e até tenho alguns dias bons de normalidade aqui e ali. São os dias que eu mesma me forço a espremer alguns limões, a começar um novo projeto, inventar algo na cozinha, ou simplesmente deitar por horas na cama, com o gato ronronando e um livro a tiracolo.


Seguir o fluxo

Setembro foi um mês difícil. Assim, muito difícil mesmo. Tive de lidar com emoções que desconhecia, ou que há muito não tinha contato. Tive não, ainda estou lidando, aprendendo, superando. Esquecer jamais, porque é parte de mim, mas aos pouquinhos, a cada dia, descobrir como moldar o sofrimento em boas lembranças. Não sou mais a Kari do dia primeiro de setembro, e nem deveria ser.

Venho me aprofundando nessa aceitação da impermanência. Porque talvez eu pudesse me empenhar - um esforço confortante, mas ineficaz - em manter a "vida antiga". Ou eu poderia simplesmente aceitar que tudo está mudado para sempre. Eu, minha família. E a única certeza que podemos ter, para sempre, é que continuaremos em constante transição. Que pena, mas que bom; afinal, a dor também é impermanente.

Foto inspirada pelo projeto Whats your Grief
Lembrei desse espaço, porque, apesar de dizerem por aí que a arte de blogar está morta, ainda é um lugar em que posso exercitar a pequena veia criativa que carrego. Sempre foi por mim, sabe? Seja por registrar memórias, pelo exercício mental de conciliar imagens e texto, por expressar esse amadorismo (!) que tenho com as palavras. Por extravasar também, mas de um jeito só meu; contido e libertador. Senti falta dos posts levinhos de listas e resenhas, mas senti falta também de posts em que tiro um pouco dessa máscara de proteção e transpareço o que me inquieta.

Aproveitei para limpar minha lista no feedly e, confesso, me entristeceu um tantinho ter de passar tantos blog para a pasta de Desatualizados. Não que eu tenha direito de ficar chateada, até o momento também sou parte do problema. Ao mesmo tempo, me encheu de alegria ver que projetinhos ainda vivem e que existem tantos blogueiros determinados a manter essa tradição. Já mencionei aqui como blogs-diarinho foram parte do meu primeiro contato com a internet, e acredito mesmo que essa fase da minha vida ainda não está concluída.

Espero que me aceitem de volta :).

Da quarentena

Em muitos aspectos, por aqui, a vida não parou. Não é querendo desdenhar dos quarenteners, mas nunca trabalhei tanto nessa vida. Minha romantização do home office morreu em 2020, quando descobri que a gente acaba trabalhando muito mais do que deveria e, por vezes, produzindo até menos. Ainda não consigo acreditar nessas palavras saídas da minha boca, mas sinto falta. Sinto falta do escritório, das pessoas, da minha mesa, dos almoços, de expulsar quem insiste em ficar só mais 5 minutinhos na sala de reunião que você reservou com antecedência.

O escritório agora invade a santa paz da minha casa e sinto-me de prontidão 24-7. O expediente corre noite adentro, porque me sinto culpada (pasmém) de sair daquela cadeira às 5. Eu ainda tenho um ofício, afinal, e deveria ser grata por isso.

Work-life balance não há. Saúde mental muito menos.

Saudade dessa vista, né minha filha?

Em branco

Tem gente que, ao atravessar diferentes fases na vida, prefere relatar cada segundo. Poetizar, expressar, jogar para o universo todo o medo e a ansiedade. Gente assim, que enxerga até nas dores uma experiência digna de diário. Memórias guardadas para resgatar na velhice, de como eram deliciosas e assustadoras as decisões da juventude.
E tem gente como eu. Um tanto mais fechada em si mesma, um quê de dark and twisted, se você também é fã de Grey's Anatomy. De tal forma que leva tempo e muita (!!) auto terapia até o pessimismo dar lugar à inspiração.
Tem gente que toma decisões importantes enquanto vive. Eu só volto a viver quando concluo esse ciclo.


Não quer dizer que tudo na vida entrou nos eixos, ou que (deus me dibre!) decidi aparecer aqui só por obrigação. Quer dizer que, no fundo, eu nunca sumi totalmente. Sigo lendo meu feed de blogs favoritos, arquitetando posts no meio da madrugada, selecionando fotos que combinem com as palavras. É só a motivação para a ação final, o empurrão para me livrar da inércia da vida adulta, que me escapa.

Eu e o blog seguimos assim; uma história antiga, repleta de lacunas.

Atualizações de Primavera

Esses dias me bateu uma vontade de escrever no blog, mas eu achei que ficaria um tanto estranho aparecer aqui do nada, com um assunto aleatório, sem dar qualquer satisfação sobre meu sumiço nos últimos meses.
Pois bem, como vocês devem imaginar, minha mais-óbvia-e-recorrente desculpa é o famigerado último semestre do mestrado.

Não posso deixar de ressaltar que, chegando nessa reta final, a faculdade se desfez em desânimo. Principalmente nas últimas semanas, tudo o que eu mais queria da vida era terminá-la. Simplesmente já não tinha mais a mesma disposição para tantos projetos, provas, listas de exercícios, trabalhos em grupo, aulas, apresentações, grupos de estudos, etc etc. Eu estava saturada, e sentia que já não havia espaço no cérebro para enfiar mais coisas.
É inegável que aprendi muito até aqui, e que o mestrado abriu portas que jamais seriam abertas de outra forma. No entanto, entrar naquela sala de aula no último mês era ter a certeza de que o mundo acadêmico precisava finalmente ficar para trás. Era hora de ter uma ~vida normal~; acordar, ir para o trabalho, voltar, deitar no sofá e assistir Netflix até dormir, sem culpa alguma por não estar adiantando as toneladas de lição no lugar.

Eu sempre fui a louca ~acadêmica~. Graças ao bacharelado em período integral, comecei a trabalhar muito tarde e, quando comecei, tratei de me enterrar em mais livros/cursinhos para passar em um concurso melhor.
Quando passei, mudei de país e lá fui me enfiar em mais uma faculdade. Eu simplesmente não sei uma maneira melhor de progredir, e, mesmo sendo mais complicado, estudar sempre me pareceu o caminho mais óbvio.

Finalmente acabou, e, bem, sobrevivi. Estudar nos Estados Unidos não foi nem de longe o bicho de sete cabeças que eu achava que seria, mas estudar E trabalhar continua sendo uma roubada em qualquer lugar do mundo. Foram muitas noites de 4 horas de sono, muitas idas à biblioteca no meio da nevasca, muitos finais de semana trancada no porão/escritório, e muito (!) shampoo a seco, porque tempo para lavar o cabelo não havia.


Pode parecer pouco, ou "só um papel", mas o diploma me fez sentir como se minha transição estivesse - finalmente - completa. Praticamente uma validação de que eu realmente faço parte dessa "sociedade", de que agora tenho um espacinho só meu por aqui.

Um breve resumo da viagem ao Japão

Esse mês eu finalmente entrei na reta final do Mestrado; o último e derradeiro semestre. Não antes sem tirar as duas semaninhas do Spring Break, que aproveitei para ir ao Japão com o marido, uma viagem que queríamos fazer já há algum tempo.
Para resumir bem, a aventura consistiu de:

Caminhadas. MUITAS caminhadas.

Acho que nunca andei tanto NA VIDA! O Japão é para ser explorado à pé, dizem, mas o que não dizem é que a maioria das atrações turísticas ficam um tanto longe das estações de trem. Como eu só levei dois keds e uma bota - eu sei, escolhas não muito inteligentes -, meus pés foram os que mais sofreram nessa viagem.

Transporte público

Shinkansen, trem, metrô, ônibus, às vezes até todos no mesmo dia. O Japão é o paraíso dos transportes públicos e, acredite em mim, todos eles estão sempre lotados.

Jet lag

Em um dos primeiros dias, voltamos ao hotel lá pelas 18h. Deitamos para descansar antes do jantar e acordamos... no dia seguinte. Às 10h.

Chuva

Tokyo conta com uma média de 105 dias chuvosos no ano. Acredito que o mês de Maio tenha a maior concentração deles, porque meudeusdoceu como chove nessa cidade!

Atravessar qualquer cruzamento ou estação

Ou melhor, "tentar". É tanta gente junta que, juro, dá até um certo pânico de ir de um lado a outro.
Os mais antigos entenderão a referência:

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Ramen

Foram quase 2 semanas se alimentando quase exclusivamente de Ramen e sim, eu passaria a vida inteira comendo isso.
O melhor ramen de todos foi em um restaurante chamado Hassei, em Hiroshima, com duas cozinheiras muito simpáticas ♡.

Doces japoneses

Aprendi que japonês adora doce com sabor de Matcha, aka chá verde. Confesso que não é dos sabores mais gostosos que já experimentei, mas ainda assim ganha do kit kat de wasabi.

Minimalismo

Parece minimalismo, mas é pão durice mesmo. Com exceção de comida e transporte, achei tudo no Japão muito caro comparado aos EUA. Itens de maquiagem, mesmo de marcas de farmácia, como Rimmel e Revlon, chegam a quase o dobro do preço. Para não dizer que não levei nada, comprei um condicionador da Shiseido que experimentei no hotel e gostei :).


Mais chuva

Muito mais. Litros e litros.
Ainda não baixei as fotos da viagem e, para não passar em branco, fiz esses desenhinhos :). A única foto que baixei e postei no facebook foi essa; a vista do hotel em Tokyo, no dia que chegamos:



Para ser sincera, ainda não deu tempo de sentir saudades do Japão. Nem de se recuperar do jet lag.

Toca fitas

imagem original: ebay
Às vezes eu busco seu nome no google. Você não estava mais aqui na época da internet, mas, tendo um nome comum, corro os olhos por cada linha, com uma esperança absurda de encontrar seu perfil em algum lugar.

Eu não te conheci muito bem. Não sei exatamente seus gostos, seus hobbies. Disseram-me que gostava muito de mim, e às vezes tenho uma certeza enlouquecedora de que foi exatamente em mim que pensou naquele momento.

Tantos segundos roubados. Se você chorou e abraçou a mamãe no meu primeiro dia de aula, como seria quando me visse formada? Na faculdade que você sempre sonhou pra mim? Como seria me ensinar a dirigir, me levar ao altar? Como teria sido a narrativa, a travessia do primeiro limiar?

Eu ainda guardo seu antigo toca-fitas, sabe. Sua voz ainda está lá.

Moon List #1

Queria mesmo chegar aqui e fazer um post imenso sobre a vida, o universo e tudo mais, mas com os exames finais, até meu tempo para lavar o cabelo passou a ser cuidadosamente calculado.
Para me salvar, vi uma tal de Moon List no blog da Tany, e me pareceu um projeto perfeitamente despretensioso para tempos tão atarefados. Pelo o que entendi, a ideia é baseada em um projeto homônimo de um fotógrafo, no qual ele e a esposa escrevem, a cada mês, sobre tópicos que englobam os 30 dias desde a última lua cheia:

Natureza

Utah é lugar que de fato transparece as quatro estações do ano, mas as que eu realmente sinto - ou seja, quando começo a praguejar -, são o inverno e o verão.
Meu contato com a natureza nas últimas semanas consistiu em cavar tirar a neve da frente da garagem, somente para assisti-la preencher toda a calçada poucos minutos depois. O que era lindo em dezembro, se tornou deveras inoportuno em março. As poucas vezes que admirei o clima foi voltando para casa, depois da faculdade + estágio, cansada e sem forças até mesmo para encontrar um lado negativo no frio.



Objeto

Em 2018 eu venho procurado manter hábitos mais ecológicos e sustentáveis, e o grande acerto nesse último mês for ter trocado meu shampoo convencional pelo shampoo sólido. Sem ingredientes sintéticos e com menos impacto ambiental, me achei mesmo na obrigação de tentar.
Confesso que, há uns 6 anos, quando fiz a transição para shampoos sem sulfato e/ou silicones, meu cabelo não aceitou muito bem (veja bem, sou brasileira e não desisti). Porém, dessa vez, foi uma experiência totalmente diferente. Era como se meu cabelo tivesse se libertado de toda a química pesada e agressão em uma lavagem; ele ficou mais macio, volumoso, e com cara de limpo por muito mais tempo.
Lembrei da minha vó, que dizia sempre lavar os cabelos com sabão de coco natural na adolescência, e eu nunca levei a sério. Desculpa, vó. A senhora estava certíssima.

super recomendo.

Surpresa

Ainda em busca de um 2018 mais saudável, eu diria que minha maior surpresa nesses últimos 30 dias foi ter me livrado, finalmente, do Instagram. Eu já sabia que isso iria acontecer, aquele espaço nunca foi mesmo para mim. Não somente a FOMO, mas todo o oceano de vidas 100% perfeitas, paisagens fabricadas, sorrisos infelizes. Ultrapassava a vaidade e se moldava em uma angustia, uma depressão por aquele universo paralelo tedioso. Uma depressão por alguém precisar daquele universo paralelo. Na minha cabeça, não fazia mais sentido reclamar de toda a toxicidade, gatilhos e falta de realismo, porém continuar sendo parte e alimentando tudo aquilo.
Desativei, e, no fim, foi mais simples do que eu esperava. Eu poderia até escrever um textão sobre como a vida melhorou sem o aplicativo, mas a real é que a vida já estava indo (aos trancos e barrancos, como deve ser) bem, obrigada. Apenas me livrei de um gatilho que tentava constantemente me convencer do contrário.


Encontro

Não teve um encontro ao vivo e a cores, mas uma pessoa muito querida veio falar comigo depois de muito tempo. Disse que sentia minha falta, que queria que eu fosse muito feliz. Aquilo fez uma diferença tão grande no meu dia, que eu me perguntei por que eu mesma não paro para mandar essa mesma mensagem para as pessoas que passaram. Acho que eu sou muito do tipo de pessoa que passou, passou. Não morre, mas deixa de existir. Não stalkeio, nem vou atrás. Só deixo passar e virar uma lembrança desfocada de uma outra vida.
Confesso que é uma característica bem conveniente para certos tipos de passageiros, mas outros a gente ainda quer dividir o trem vez ou outra. Nem que só para uma prosinha rápida, um aceno amigável, ou mesmo uma closure, antes de descer na próxima estação.




À noite

Todas as vezes que vou ao cinema, nas noites de sábado ou de terça (cinema a 4 doletas, quem nunca) são especiais. Amo aquele cheiro de carpete velho com pipoca, a falação adolescente na fila dos doces, os quinze minutos escolhendo o sabor do refrigerante (que eu sempre misturo, tipo fanta cereja com sprite pêssego, e faço o marido adivinhar).
Filme ruim, filme bom, não importa. É a expectativa de um novo mundo. A despreocupação de, ao menos por aquelas 2 horas, se deixar levar por outras vidas, novas histórias. Voltar encostada no vidro do carro em silêncio - porque já é meia noite e estamos tão cansados -, e pegar no sono admirando as luzinhas em cada casa do vale.


De dia

Se paro para lembrar do meu último mês, mal consigo ir além de um borrão na escrivaninha. Os únicos dias que se destacam de alguma forma, são os que o marido, com pena da mulher zumbi aqui, faz um convite-intimação a dar um tempo nos livros e sair para tomar um sorvete. Em dias mais aventureiros, veja só, dirigimos até Provo, e provamos algo diferente (ou algo bem comum, como pão de queijo ♡). Mês passado fomos a uma burgueria chamada Chom e experimentamos a Beyond Meat, uma proposta de "carne" vegetariana, com uma textura e gosto até que bem satisfatórios. Aliás, me aprazou tanto que, desde então, só compro "carnes" vegetarianas para casa. Mais uma para a lista do 2018 mais saudável.


Tempo sozinha

Qualquer dia desses eu preciso fazer um texto de ode ao porão, minha parte favorita da casa nova. O plano era transformá-lo em um mini cinema, com projetor e sofá reclinável - como era na época do proprietário anterior -, mas os estudos o transformaram em um recanto silencioso e vazio, onde passo tardes enclausuradas lendo, programando, assistindo video aulas, ou - quando a disposição permite - fazendo yoga solo com a ajuda de aplicativos. Um dia ainda vou retomar a ideia do mini cinema, mas por agora tudo que eu preciso é um espaço aconchegante, onde eu possa me dedicar a mim mesma.


Tempo com um amigo

Ela nunca presenciou de fato, mas esteve comigo em cada caminho. Treze anos de conversas na fila do ônibus, entre as araras das lojas, aguardando o trânsito na Berrini, ou esperando a chuva torrencial da paulicéia dar um tempo debaixo de uma marquise qualquer. Nada mais justo que ela me acompanhe hoje em dia, nos trens por vezes tão gelados, pelas montanhas do vale. Faz todo sentido e eu acho que a vida vai ser assim pra sempre. O telefone sempre vai tocar, e ela sempre vai me atender com um "E aí Kááá", toda animada. Porque ela não é só a melhor pessoa, ela é a minha pessoa. E nunca permitimos que a distância, seja 500 ou 10.000 km, nos afetasse de qualquer forma.


Filme/Tv/Livro

Sou suspeita para falar, afinal ela é meu role model fictício desde que virei gente. Em gráficos poligoniais ou hd, lutando contra dinossauros, múmias, ou tentando sobreviver a uma ilha amaldiçoada, não importa. Tudo nela sempre me fascinou; independência, ambição, a não necessidade de macho, capacidade de auto defesa, inteligência. Mesmo eu sendo muito preguiçosa e pobre para sair por aí desbravando lugares inóspitos, sempre sonhei com duas uzi's e uma mansão com um labirinto gigante só para mim.
Ao contrário de muito fã raiz, amei o novo filme, e ainda estou tentando entender como nomearam uma ""heroína"" de saia curta e botinha, tão debilitada por um plot todo romântico-açucarado, como o ícone feminista de 2017. Lara Croft é, e sempre vai ser, o meu exemplo máximo de feminismo.

acredite, uma heroína que não parece estar em uma propaganda de shampoo enquanto luta

Ato Criativo

O pico do meu ato criativo está em exatamente escrever esse post. Como já disse no início, tempo para lavar o cabelo virou luxo, idealize tempo para blogar.
Agradeço imensamente tags como essa, que dão um empurrãozinho quando a mente está exausta demais para uma última arrancada criativa. E torço para que, ao contrário de 99% dos projetos bloguísticos por aí, esse não caia no esquecimento.

ps. Sei que objeto tem duas entradas, mas por uma opção pessoal, resolvi fazer apenas em relação ao novo.

Road trip até Moab, Utah

Utah é conhecido como um estado massivamente voltado para aventura. Ao todo, são 5 parques nacionais e mais de 40 estaduais, todos focados em atividades como caminhadas, escaladas, rafting, ciclismo e atividades próprias de inverno. O charme do estado está exatamente no esforço físico extra, no contato com a natureza e nas paisagens cruas.

Eu tenho um carinho imenso por essa Road Trip, que foi a primeira que fiz, quando ainda nem sonhava em morar por aqui. É um roteiro rápido e gostoso de fazer; leva apenas 2 dias e cobre 2 parques nacionais e um estadual.

estrada para o Parque Nacional dos Arcos

Restrospectiva 2017

Eu tinha uma resolução para 2017. Direta, plausível, uma só. Parecia simples. Afinal, quão difícil pode ser seguir apenas uma direção? O que poderia dar errado quando se tem apenas uma meta a cumprir?
Respondo: Pode ser muito difícil, muita coisa pode dar errado.
Ainda mais quando seu único objetivo é se fazer feliz.


Eu não quero cuspir para cima e dizer que 2017 foi um ano horrível, porque, juro, não foi. Sequer entrou para a lista dos top 5 (alor, 2013!). Não, 2017 foi mais um daqueles anos de aprendizados tapas na cara. O ano que a vida me olhou e disse "então você acha que já cresceu tudo que tinha para crescer? HA."

A boa notícia é que ele acabou e eu o venci. Ok, vencer é uma palavra forte. Meio capenga, insegura dos próximos passos, ao menos eu o terminei.
fonte: Sarah's Scribbles
Em 2017 eu quis muitas coisas. Veja bem, foram muitas coisas mesmo. E consegui várias delas. Só que apenas uma mão cheia me preencheram, poucas me trouxeram a paz interior que eu imaginava alcançar. E o ruim de querer várias coisas é que, se elas não te trazem algum conforto, você não deixa de querer. Pelo contrário, você acaba querendo ainda mais. Alguma hora há de preencher, certo?
Fuén, errado.

Então eu fiz o que qualquer homo sapiens em sã consciência faria: eu reclamei. Minha nossa, como eu reclamei nesse 2017. Reclamei demais e, pra ser bem sincera, ainda não consegui parar totalmente.
Porque nada estava bom, nada estava completo, nada estava perfeito.

Da onde eu tirei essa ideia maluca de que deveria ser perfeito, eu não saberia dizer. O que outrora me fascinava - essa habilidade que a vida tem, de dar voltas quebradas por caminhos atravessados -, agora só conseguia me deixar cada vez mais ranzinza. Quando olho para trás, percebo que não bastava tudo estar bem, as coisas estarem dando certo. Elas tinham de dar certo do jeito que eu queria. Isso mesmo, uma receita prontinha para a frustração.


Como se não bastasse, eu ainda passei boa parte do ano me cobrando. Me importando demais com coisas materiais. Me alimentando mal. Fazendo atividades que me deprimiam. Aturando gente mesquinha. Odiando gente mesquinha. Resumindo, retrocedendo de tudo que havia evoluído nos últimos 4 anos.

Não vou negar, fiz amigos excelentes nesse 2017. Arrisco dizer que amigos para a vida toda. Gente capaz de me colocar pra cima, assim, num estralar de dedos. Só que foi nesse ano que eu conheci o lado detestável dos americanos também.
Pudera, até 2016 eu estava presa e segura nessa redoma feliz que são os amigos do marido. Gente que, mesmo eu quase nunca encontrando hoje em dia, sempre manda lembranças, presentes, docinhos (me alimentar é o caminho mais rápido para o meu coração).
Dai lá fui eu, voar com as minhas próprias asas. Enfiar-me em círculos duvidosos, munida apenas de um escudo afável e macio, todo construído em anos de hospitalidade brasileira. Me fodi. Passei aí, uns belos meses tendo de conviver com gente frívola, machista e desleal.
Graças aos deuses, passou. Cresci. Made my skin a little bit thicker.

Às vezes eu acho que trabalhar demais feat. estudar demais faz um pouco isso com a gente. Se deixarmos, claro, nossa vida vai ficando cada vez mais vazia, cada vez mais janta-banho-cama. All work and no play makes Jack a dull boy. E corremos para complementá-la de qualquer forma, nem que seja com sentimentos desconstrutivos. Punhados perecíveis de tudo; bens, amizades, amor próprio. Veja bem, veda o buraco temporariamente, mas pede a conta no final.

Ainda não querendo ser injusta com 2017, nesse ano eu me senti deveras recompensada pelo meu esforço. Nesse ano eu fui muito amada, se não por mim, pelas pessoas que eu mais quero bem. Nesse ano eu me provei várias vezes, para mim mesma e para os outros (não que precisasse). Nesse ano eu conquistei coisas que não imaginava que viriam tão cedo. Em 2017 eu arrisquei, aprendi, amei, cresci.

Pedaços de 2017: Hawaii - Canadá - Bear Lake

Acho que parte do segredo é saber se dar um desconto também. Li muito menos do que gostaria, e o Reading Challenge 2017 ficou pendente. Sei que foi graças ao mestrado, já que, antes de começarem as aulas, vinha mantendo um ritmo até aceitável de leitura. E não espero mudar isso em 2018. Pelo contrário, a faculdade ainda vai tomar longos 8 meses da minha vida, e só eu sei como é chegar em casa à meia noite, abrir o kindle e não sair do mesmo parágrafo até apagar completamente.
Não adianta querer dar um passo maior que a perna, muito menos perder a paz se culpando por não chegar lá.

Se eu ao menos tivesse me dado conta disso mais cedo.

Já disse aqui inúmeras vezes que lista de resoluções não são para mim e não vou recuar dessa vez. Mantendo a tradição do mantra único, sem muitas expectativas, fica o direcionamento para 2018: Está tudo bem diminuir o ritmo, parar de se cobrar, de querer mais, de buscar o inalcançável:

You gotta know just when to fold.

Tradições Natalinas

Já é esperado que a combinação bom velhinho + neve + pisca-pisca desperte sentimentos de abraços quentinhos na minha pessoa (textão de ode à data aqui). No entanto, o fato de ser o primeiro Natal na casa nova e, de quebra, o primeiro com a mamãe vindo visitar, culminaram em um frenesi natalino mais intenso que o normal.


É como se o mês de dezembro tivesse girado todo em torno da data, com tradições antigas e hábitos fresquinhos se unindo para me distrair da grande pressão dos exames finais (e decisões profissionais pesadíssimas). No fim, acabou sendo o melhor mês do semestre, e eu só queria que Papai Noel pudesse dar uma passadinha rápida todo dia 25.

A árvore

Confesso que gosto das falsas, e quanto mais dobrável (leia-se fácil-de-guardar), melhor. Acontece que o marido tem toda essa nostalgia com o cheiro dos pinheiros e, depois de ler esse artigo, concordei em sair à procura de um espécime verdinho e perfumado.





Meta para o próximo Natal: uma árvore viva, em um vaso, que eu possa manter e enfeitar por anos.


A decoração

As mesmas guirlandas, festões e enfeites de sempre, mas como é bom tirar todos da caixa e pendurá-los mais uma vez! Sendo 2017 como foi, não pude deixar de sentir um misto de dever cumprido com, por falta de expressão melhor, alívio em ter sobrevivido.


papai noel em dezembro / treinador da Utah o resto do ano

A trilha sonora

Meu negócio é os clássicos; Sinatra, Bing Crosby, Dean Martin. Sendo assim, Christmas Classics foi a playlist que mais escutei - praticamente todos os dias, em loop eterno - no caminho da ida e volta do trabalho.

A maratona

Esse ano eu estava um pouco sem humor para filmes de Natal (já que vimos uns 20 no ano passado e eu ainda lembro de todos eles), então decidi maratonar todos os episódios natalinos das séries favoritas. Com direito a Supernatural e velhinhos canibais, claro.



Os cookies

O que inspiraria mais o sentimento natalino do que esses gingerbread cookies deformados pela minha falta de habilidades confeiteiras?



As luzes

Salt Lake City não decepcionou e o centro estava lindo, festivo e iluminado. Assistimos uma apresentação de coral e enfrentamos os -5° C para darmos uma volta e tirarmos algumas fotos na praça principal.




Menção honrosa

Somente o melhor presente de Natal ever: Um SNUGGIE DE HOGWARTS!

Porque cair no sono e babar no sofá vestida como uma verdadeira bruxinha é tudo o que eu precisava nas minhas noites de inverno.

Happy Holidays!