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Como venho mantendo minha sanidade na pandemia

Ou como não perdi completamente minha já tão limitada estabilidade emocional, mesmo vivendo em um loop infinito estilo Groundhog Day.

Se me dissessem, lá em março de 2020, que um ano depois isso tudo ainda não teria acabado, eu não acreditaria. Ou talvez até acreditasse, no mais puro deboche. "Nada está ruim o suficiente que não possa piorar", resmungaria resignada.

O fato é que, 365 dias depois, quase nada mudou. 365 voltas cujos acontecimentos poderiam ser facilmente condensados em uma única. Acordar, não se dar ao trabalho de tirar o pijama, conversar com uma tela, dormir.

Tudo bem, talvez eu esteja sendo injusta, e um tantinho melancólica. Por enquanto, eu sigo fazendo o possível para não me afogar, e até tenho alguns dias bons de normalidade aqui e ali. São os dias que eu mesma me forço a espremer alguns limões, a começar um novo projeto, inventar algo na cozinha, ou simplesmente deitar por horas na cama, com o gato ronronando e um livro a tiracolo.


Moon List #1

Queria mesmo chegar aqui e fazer um post imenso sobre a vida, o universo e tudo mais, mas com os exames finais, até meu tempo para lavar o cabelo passou a ser cuidadosamente calculado.
Para me salvar, vi uma tal de Moon List no blog da Tany, e me pareceu um projeto perfeitamente despretensioso para tempos tão atarefados. Pelo o que entendi, a ideia é baseada em um projeto homônimo de um fotógrafo, no qual ele e a esposa escrevem, a cada mês, sobre tópicos que englobam os 30 dias desde a última lua cheia:

Natureza

Utah é lugar que de fato transparece as quatro estações do ano, mas as que eu realmente sinto - ou seja, quando começo a praguejar -, são o inverno e o verão.
Meu contato com a natureza nas últimas semanas consistiu em cavar tirar a neve da frente da garagem, somente para assisti-la preencher toda a calçada poucos minutos depois. O que era lindo em dezembro, se tornou deveras inoportuno em março. As poucas vezes que admirei o clima foi voltando para casa, depois da faculdade + estágio, cansada e sem forças até mesmo para encontrar um lado negativo no frio.



Objeto

Em 2018 eu venho procurado manter hábitos mais ecológicos e sustentáveis, e o grande acerto nesse último mês for ter trocado meu shampoo convencional pelo shampoo sólido. Sem ingredientes sintéticos e com menos impacto ambiental, me achei mesmo na obrigação de tentar.
Confesso que, há uns 6 anos, quando fiz a transição para shampoos sem sulfato e/ou silicones, meu cabelo não aceitou muito bem (veja bem, sou brasileira e não desisti). Porém, dessa vez, foi uma experiência totalmente diferente. Era como se meu cabelo tivesse se libertado de toda a química pesada e agressão em uma lavagem; ele ficou mais macio, volumoso, e com cara de limpo por muito mais tempo.
Lembrei da minha vó, que dizia sempre lavar os cabelos com sabão de coco natural na adolescência, e eu nunca levei a sério. Desculpa, vó. A senhora estava certíssima.

super recomendo.

Surpresa

Ainda em busca de um 2018 mais saudável, eu diria que minha maior surpresa nesses últimos 30 dias foi ter me livrado, finalmente, do Instagram. Eu já sabia que isso iria acontecer, aquele espaço nunca foi mesmo para mim. Não somente a FOMO, mas todo o oceano de vidas 100% perfeitas, paisagens fabricadas, sorrisos infelizes. Ultrapassava a vaidade e se moldava em uma angustia, uma depressão por aquele universo paralelo tedioso. Uma depressão por alguém precisar daquele universo paralelo. Na minha cabeça, não fazia mais sentido reclamar de toda a toxicidade, gatilhos e falta de realismo, porém continuar sendo parte e alimentando tudo aquilo.
Desativei, e, no fim, foi mais simples do que eu esperava. Eu poderia até escrever um textão sobre como a vida melhorou sem o aplicativo, mas a real é que a vida já estava indo (aos trancos e barrancos, como deve ser) bem, obrigada. Apenas me livrei de um gatilho que tentava constantemente me convencer do contrário.


Encontro

Não teve um encontro ao vivo e a cores, mas uma pessoa muito querida veio falar comigo depois de muito tempo. Disse que sentia minha falta, que queria que eu fosse muito feliz. Aquilo fez uma diferença tão grande no meu dia, que eu me perguntei por que eu mesma não paro para mandar essa mesma mensagem para as pessoas que passaram. Acho que eu sou muito do tipo de pessoa que passou, passou. Não morre, mas deixa de existir. Não stalkeio, nem vou atrás. Só deixo passar e virar uma lembrança desfocada de uma outra vida.
Confesso que é uma característica bem conveniente para certos tipos de passageiros, mas outros a gente ainda quer dividir o trem vez ou outra. Nem que só para uma prosinha rápida, um aceno amigável, ou mesmo uma closure, antes de descer na próxima estação.




À noite

Todas as vezes que vou ao cinema, nas noites de sábado ou de terça (cinema a 4 doletas, quem nunca) são especiais. Amo aquele cheiro de carpete velho com pipoca, a falação adolescente na fila dos doces, os quinze minutos escolhendo o sabor do refrigerante (que eu sempre misturo, tipo fanta cereja com sprite pêssego, e faço o marido adivinhar).
Filme ruim, filme bom, não importa. É a expectativa de um novo mundo. A despreocupação de, ao menos por aquelas 2 horas, se deixar levar por outras vidas, novas histórias. Voltar encostada no vidro do carro em silêncio - porque já é meia noite e estamos tão cansados -, e pegar no sono admirando as luzinhas em cada casa do vale.


De dia

Se paro para lembrar do meu último mês, mal consigo ir além de um borrão na escrivaninha. Os únicos dias que se destacam de alguma forma, são os que o marido, com pena da mulher zumbi aqui, faz um convite-intimação a dar um tempo nos livros e sair para tomar um sorvete. Em dias mais aventureiros, veja só, dirigimos até Provo, e provamos algo diferente (ou algo bem comum, como pão de queijo ♡). Mês passado fomos a uma burgueria chamada Chom e experimentamos a Beyond Meat, uma proposta de "carne" vegetariana, com uma textura e gosto até que bem satisfatórios. Aliás, me aprazou tanto que, desde então, só compro "carnes" vegetarianas para casa. Mais uma para a lista do 2018 mais saudável.


Tempo sozinha

Qualquer dia desses eu preciso fazer um texto de ode ao porão, minha parte favorita da casa nova. O plano era transformá-lo em um mini cinema, com projetor e sofá reclinável - como era na época do proprietário anterior -, mas os estudos o transformaram em um recanto silencioso e vazio, onde passo tardes enclausuradas lendo, programando, assistindo video aulas, ou - quando a disposição permite - fazendo yoga solo com a ajuda de aplicativos. Um dia ainda vou retomar a ideia do mini cinema, mas por agora tudo que eu preciso é um espaço aconchegante, onde eu possa me dedicar a mim mesma.


Tempo com um amigo

Ela nunca presenciou de fato, mas esteve comigo em cada caminho. Treze anos de conversas na fila do ônibus, entre as araras das lojas, aguardando o trânsito na Berrini, ou esperando a chuva torrencial da paulicéia dar um tempo debaixo de uma marquise qualquer. Nada mais justo que ela me acompanhe hoje em dia, nos trens por vezes tão gelados, pelas montanhas do vale. Faz todo sentido e eu acho que a vida vai ser assim pra sempre. O telefone sempre vai tocar, e ela sempre vai me atender com um "E aí Kááá", toda animada. Porque ela não é só a melhor pessoa, ela é a minha pessoa. E nunca permitimos que a distância, seja 500 ou 10.000 km, nos afetasse de qualquer forma.


Filme/Tv/Livro

Sou suspeita para falar, afinal ela é meu role model fictício desde que virei gente. Em gráficos poligoniais ou hd, lutando contra dinossauros, múmias, ou tentando sobreviver a uma ilha amaldiçoada, não importa. Tudo nela sempre me fascinou; independência, ambição, a não necessidade de macho, capacidade de auto defesa, inteligência. Mesmo eu sendo muito preguiçosa e pobre para sair por aí desbravando lugares inóspitos, sempre sonhei com duas uzi's e uma mansão com um labirinto gigante só para mim.
Ao contrário de muito fã raiz, amei o novo filme, e ainda estou tentando entender como nomearam uma ""heroína"" de saia curta e botinha, tão debilitada por um plot todo romântico-açucarado, como o ícone feminista de 2017. Lara Croft é, e sempre vai ser, o meu exemplo máximo de feminismo.

acredite, uma heroína que não parece estar em uma propaganda de shampoo enquanto luta

Ato Criativo

O pico do meu ato criativo está em exatamente escrever esse post. Como já disse no início, tempo para lavar o cabelo virou luxo, idealize tempo para blogar.
Agradeço imensamente tags como essa, que dão um empurrãozinho quando a mente está exausta demais para uma última arrancada criativa. E torço para que, ao contrário de 99% dos projetos bloguísticos por aí, esse não caia no esquecimento.

ps. Sei que objeto tem duas entradas, mas por uma opção pessoal, resolvi fazer apenas em relação ao novo.

Restrospectiva 2017

Eu tinha uma resolução para 2017. Direta, plausível, uma só. Parecia simples. Afinal, quão difícil pode ser seguir apenas uma direção? O que poderia dar errado quando se tem apenas uma meta a cumprir?
Respondo: Pode ser muito difícil, muita coisa pode dar errado.
Ainda mais quando seu único objetivo é se fazer feliz.


Eu não quero cuspir para cima e dizer que 2017 foi um ano horrível, porque, juro, não foi. Sequer entrou para a lista dos top 5 (alor, 2013!). Não, 2017 foi mais um daqueles anos de aprendizados tapas na cara. O ano que a vida me olhou e disse "então você acha que já cresceu tudo que tinha para crescer? HA."

A boa notícia é que ele acabou e eu o venci. Ok, vencer é uma palavra forte. Meio capenga, insegura dos próximos passos, ao menos eu o terminei.
fonte: Sarah's Scribbles
Em 2017 eu quis muitas coisas. Veja bem, foram muitas coisas mesmo. E consegui várias delas. Só que apenas uma mão cheia me preencheram, poucas me trouxeram a paz interior que eu imaginava alcançar. E o ruim de querer várias coisas é que, se elas não te trazem algum conforto, você não deixa de querer. Pelo contrário, você acaba querendo ainda mais. Alguma hora há de preencher, certo?
Fuén, errado.

Então eu fiz o que qualquer homo sapiens em sã consciência faria: eu reclamei. Minha nossa, como eu reclamei nesse 2017. Reclamei demais e, pra ser bem sincera, ainda não consegui parar totalmente.
Porque nada estava bom, nada estava completo, nada estava perfeito.

Da onde eu tirei essa ideia maluca de que deveria ser perfeito, eu não saberia dizer. O que outrora me fascinava - essa habilidade que a vida tem, de dar voltas quebradas por caminhos atravessados -, agora só conseguia me deixar cada vez mais ranzinza. Quando olho para trás, percebo que não bastava tudo estar bem, as coisas estarem dando certo. Elas tinham de dar certo do jeito que eu queria. Isso mesmo, uma receita prontinha para a frustração.


Como se não bastasse, eu ainda passei boa parte do ano me cobrando. Me importando demais com coisas materiais. Me alimentando mal. Fazendo atividades que me deprimiam. Aturando gente mesquinha. Odiando gente mesquinha. Resumindo, retrocedendo de tudo que havia evoluído nos últimos 4 anos.

Não vou negar, fiz amigos excelentes nesse 2017. Arrisco dizer que amigos para a vida toda. Gente capaz de me colocar pra cima, assim, num estralar de dedos. Só que foi nesse ano que eu conheci o lado detestável dos americanos também.
Pudera, até 2016 eu estava presa e segura nessa redoma feliz que são os amigos do marido. Gente que, mesmo eu quase nunca encontrando hoje em dia, sempre manda lembranças, presentes, docinhos (me alimentar é o caminho mais rápido para o meu coração).
Dai lá fui eu, voar com as minhas próprias asas. Enfiar-me em círculos duvidosos, munida apenas de um escudo afável e macio, todo construído em anos de hospitalidade brasileira. Me fodi. Passei aí, uns belos meses tendo de conviver com gente frívola, machista e desleal.
Graças aos deuses, passou. Cresci. Made my skin a little bit thicker.

Às vezes eu acho que trabalhar demais feat. estudar demais faz um pouco isso com a gente. Se deixarmos, claro, nossa vida vai ficando cada vez mais vazia, cada vez mais janta-banho-cama. All work and no play makes Jack a dull boy. E corremos para complementá-la de qualquer forma, nem que seja com sentimentos desconstrutivos. Punhados perecíveis de tudo; bens, amizades, amor próprio. Veja bem, veda o buraco temporariamente, mas pede a conta no final.

Ainda não querendo ser injusta com 2017, nesse ano eu me senti deveras recompensada pelo meu esforço. Nesse ano eu fui muito amada, se não por mim, pelas pessoas que eu mais quero bem. Nesse ano eu me provei várias vezes, para mim mesma e para os outros (não que precisasse). Nesse ano eu conquistei coisas que não imaginava que viriam tão cedo. Em 2017 eu arrisquei, aprendi, amei, cresci.

Pedaços de 2017: Hawaii - Canadá - Bear Lake

Acho que parte do segredo é saber se dar um desconto também. Li muito menos do que gostaria, e o Reading Challenge 2017 ficou pendente. Sei que foi graças ao mestrado, já que, antes de começarem as aulas, vinha mantendo um ritmo até aceitável de leitura. E não espero mudar isso em 2018. Pelo contrário, a faculdade ainda vai tomar longos 8 meses da minha vida, e só eu sei como é chegar em casa à meia noite, abrir o kindle e não sair do mesmo parágrafo até apagar completamente.
Não adianta querer dar um passo maior que a perna, muito menos perder a paz se culpando por não chegar lá.

Se eu ao menos tivesse me dado conta disso mais cedo.

Já disse aqui inúmeras vezes que lista de resoluções não são para mim e não vou recuar dessa vez. Mantendo a tradição do mantra único, sem muitas expectativas, fica o direcionamento para 2018: Está tudo bem diminuir o ritmo, parar de se cobrar, de querer mais, de buscar o inalcançável:

You gotta know just when to fold.

Adoráveis imprevistos 2016/2017

Foi lá no comecinho de 2016 que eu escrevi sobre ter aceitado, finalmente, que resoluções de ano novo não são para mim. Não foi um caminho fácil (não para uma obcecada por controle), mas 2015 havia me forçado a deixar a vida fluir e, de quebra, me mostrado que pisar fora da zona de conforto poderia sim resultar em surpresas agradáveis.

E nessa vibe, lá em Janeiro/16, decidi jogar o bullet journal em um canto esquecido do armário, e começar o ano apenas com uma lista simples de 4 diretrizes - não metas - para o ano. Veja só, 2016 não teria planos, mas tampouco teria restrições.

No fundo, era um projeto ousado com pinta de preguiçoso. Porque o deixa a vida me levar, vida leva eu parece fácil, mas, para a neurótica aqui, sempre soou algo como contornar um abismo com os olhos vendados. Pelo menos eu poderia me confortar no fato de que, caso quisesse/precisasse mudar qualquer coisa no meu ano - mesmo que fosse para virar 180° -, não haveria qualquer frustração associada a uma lista pré-estabelecida. O objetivo era mesmo ver no que dá, com o bônus de testar toda aquela espontaneidade positiva ensaiada por 2015.


Deu certo. 2016 não teve planos, expectativas, não seguiu qualquer textbook e, ainda assim, foi um dos melhores anos da minha vida. Tudo ocorreu como o planejado, ou melhor, não planejado. Um ano inteiro levado no susto. Doze meses de adoráveis imprevistos.

E qual o poder de uma lista afinal? A intenção, lá no começo, não era ficar e casar, não esse ano. Estivesse nas metas -voltar para o Brasil, teria feito alguma diferença? E -mudar de estado? Todo o apego que eu tenho hoje em dia por Utah (quase inexistente em jan/16) seria diferente? Estaria acompanhado de frustração? Porque, cá entre nós, é muita pretensão do dia primeiro querer saber tudo o que a gente deseja para os outros 364.

2016 não teve lista, mas teve aproveitar mais o momento. Teve menos consumismo. Teve viagens, tempo com a família, mais estudos e leituras. Em contrapartida, teve ansiedade, desorganização, pressa, saudade. E eu quero 2017 do mesmo jeitinho; sem planejamento, com os níveis de lágrimas e risadas sendo ajustados ao longo do percurso.


Por isso, pensei em fazer um pouco diferente esse ano. Não vou sequer enumerar diretrizes, 2017 vai ter apenas um mantra: Faça mais daquilo que te faz feliz. Pode significar qualquer coisa, e ser regulado conforme as mudanças internas/externas. Um dia pode ser estudar mais, assim como, num outro, pode ser me dar mais tempo de descanso. Sair mais com os amigos, ou passar mais tempo debaixo das cobertas, somente na companhia de um livro. Cozinhar uma comidinha saudável, ou saborear um big mac repleto de sódio. As possibilidades são infinitas.

Se o objetivo final é otimizar a satisfação pessoal minimizando frustrações, que venha 2017 sem expectativas. E que o ano tenha espaço para surpreender mais uma vez .

Resoluções

Já tem um tempo que eu descobri que resoluções de ano novo não são para mim. Em primeiro lugar, minha memória é péssima e, por mais que eu escreva uma dúzia delas, a chance é que eu não me lembre de uma sequer já no dia primeiro. Além disso, já foram 31 anos tomando na cara aprendendo que a vida percorre rumos inesperados demais para eu cogitar seguir uma lista. Coisa de passar o réveillon de 2015 derretendo num calor sufocante, e estar na janela nas primeiras horas de 2016, olhando a neve cair lá fora.


O fato é que, mesmo não tendo uma lista para seguir, me bateu essa sensação de ter deixado coisas inacabadas demais esse ano - algumas por teimosia, muitas por preguiça, uma ou outra por imaturidade. Convenhamos, 2015 foi um ano que passou e a gente nem viu, mas, apesar de rápido, a maioria das pessoas que eu conheço não via a hora de estar livre dele. Veja bem, não detestei 2015 - pelo contrário, foi um dos melhores anos -, mas achei que seria bom, se não fazer uma lista de resoluções, pelo menos deixar registradas algumas diretrizes para aquilo que me incomodou e eu não queria que se repetisse.

Menos debates políticos
Eu cansei. Aliás, eu cansei há muito tempo, mas sempre tive aquele senso de obrigação moral para saber de todas as notícias, buscar argumentos, ter uma opinião política formada. Não sei se quero mais. Correndo o risco de me tornar uma pessoa completamente alienada, talvez eu não precise sair aos tapas sobre tudo que envolve política o tempo todo.

Mais fotos
Se você reparar no meu instagram, vai perceber que tem épocas em que eu tiro quase uma foto por dia (ou até mais) e então meses que não surge um post sequer. Pois é, esse é um dos indicativos se estou passando por dias bons ou ruins, e, de alguma forma, isso me incomoda absurdo. Tirar uma foto é prestar atenção, reparar nos detalhes, se deixar sentir algo. E quando eu estou passando por uma época ruim, eu acabo vivendo no automático, deixo de sentir e sigo quase o tempo todo de olhos fechados para tudo. Não que eu queira estipular uma meta tipo 365project, já falei ali em cima da minha dificuldade com listas, mas desejo reparar ao meu redor e tirar mais fotos em 2016, mesmo nas semanas difíceis.

Mais amor
Não tem jeito, eu sou uma pessoa de extremos. Eu amo muita coisa, mas odeio um monte delas também. E eu sempre quero deixar isso muito claro, o que acaba gerando várias animosidades (por exemplo, estou terminantemente proibida de expressar minha opinião negativa sobre Star Wars aqui em casa). Minha intenção sempre foi encontrar outras pessoas com as quais eu pudesse me identificar, mas, sendo captain obvious aqui, não vale a pena. Unir pelo amor conta muito mais pontinhos na escala social e, admito, é muito mais gostoso. Pretendo diminuir drasticamente minhas manifestações negativas em 2016 e procurar me focar mais nas coisas que eu amo.

Menos expectativas
Crie gatinhos, cachorrinhos, um pinterest organizado, mas não crie expectativas. Pois é, eu fui uma verdadeira apicultora de expectativas em 2015 e... deu tudo errado. Admito que o resultado acabou saindo muito melhor, mas ainda assim, eu sofri um monte no caminho. Expectativas são boas se trabalhadas com probabilidades e, de preferência, uma probabilidade próxima a 99,99% de acontecer o que você quer. Em 2016 pretendo esperar menos das pessoas, das situações, da minha própria sorte.


Acho que é isso. Parece curta, mas, de novo, isso não é uma lista de resoluções. Para mim, já estaria ótimo se 2016 me surpreendesse positivamente tanto quanto 2015 foi um boom na minha cara. Feliz 2016!

Todos os meus dez maridos

Vi a listinha pela primeira vez no blog da Taryne, e logo seguiu-se uma en-xur-rada de posts apaixonados pelo meu reader, cheio de declarações e odes a personagens mais que cativantes. Como sempre sofri de paixonites platônicas e completamente irreais, tive de roubar a ideia (com os devidos créditos à Rafinha que, pelo o que entendi, foi a pioneira do meme). Portanto seguem meus maridos imaginários, sem qualquer ordem de preferência, exceto, claro, pela primeira posição:


Sherlock Holmes
Antes mesmo de começar a lista, posso afirmar que desistiria de todos os envolvidos por esse senhor. Nosso romance é antigo, fomos apresentados lá pela 6ª série, por um cupido disfarçado de professora de português, que indicou “Um Estudo em Vermelho” para a aula de literatura. Foi amor à primeira vista. Nunca fui de escrever (ou ler) fanfics, mas passei os anos seguintes imaginando linhas paralelas em cada um dos contos, onde eu poderia participar e conviver com aquele homem que, meu deus do céu, não podia ser ficção. Sherlock foi minha paixonite mais aguda. Eu queria ser Watson e ouvi-lo tocar violino, discutir suas teorias e salvá-lo das noites imersas em absinto. Queria ser Irene Adler e desafiá-lo na sua própria ciência, fazê-lo me enxergar como um igual, mesmo através da sua misoginia marcante. Nunca senti nada parecido pelas representações em filmes ou séries do meu detetive, ora carrancudo, ora inexpressivo, ou até mesmo um completo idiota (Downey Jr. mandou um alô), até que, em 2011, tive o prazer de me deparar com meu adorado em carne e osso, ali, bem na minha frente. O Sherlock de Benedict Cumberbatch é exatamente como imaginava; jovial, entusiasmado, prepotente de uma forma inocente e encantadora. Casava, sem sequer me importar com o apartamento minúsculo e bagunçado da Baker Street.


Wilson – House M.D.
Dr. House foi baseado em Holmes na sua forma mais... desafiadora; inteligente, insensível, direto e extremamente petulante. Veja bem, amo House, mas quem aguentaria passar mais de alguns minutos por dia com ele? (Isso se ele não der um ataque de ciúmes e enfiar um carro na sua casa...). Wilson é o contrapeso; tolerante, educado, companheiro. Ele vai te levar flores, enquanto House receberia uma massagista ucraniana na sua sala. O namoradinho perfeito, carinhoso, com uma carreira invejável e um escritório repleto de presentes de criancinhas com câncer, Wilson é virtude, diria uma das minhas personagens favoritas. Casaria e esperaria casa arrumada, comidinha pronta e massagem no fim do dia.


Holden Caulfield
“O Apanhador no Campo de Centeio” foi sugestão de uma amiga, nos anos 2000. Lembro exatamente da frase dela, enquanto lia escondida na carteira, em uma aula de matemática qualquer: “Ká, você tem que ler esse livro, o protagonista é sua versão masculina!”. E era mesmo. Holden é pessimista, reclamão e passa boa parte do tempo odiando tudo e todos. Em tempo, a Lú, minha amiga querida, me entendia como ninguém. Holden é do tipo observador, que pensa demais e se sente deprimido com situações que a maioria das pessoas não dá a menor importância. Ele tenta ao máximo ser realista, embora muitas vezes acabe sendo mimado e um tanto hipócrita, exceto quando mostra todo seu carinho pela irmãzinha. Holden é meu rebelde sem causa favorito e foi um dos personagens mais importantes da minha adolescência. Um garoto normal, tentando entender o mundo à sua volta. Casaria pelo prazer de ver o adulto interessante que ele se tornaria.


Major Anthony Nelson – I Dream of Jeannie
Esse é culpa da minha mãe, que me apresentou ao seu seriado favorito da juventude, que logo se tornou um dos meus também. Major Nelson é mais um para a cota dos bonzinhos. A história é mais ou menos a seguinte; ele tem um gênio disponível 24h por dia. Um GÊNIO, veja bem. Ele poderia pedir qualquer coisa – riqueza infinita, mulheres, poder -, mas tudo que ele quer é ser um bom astronauta, ir à Lua e ficar longe de problemas, sem truques. Mais digno, impossível. Em tempo, toda vez que assisto às temporadas, fico impressionada de como Larry Hagman era bonito. Quero dizer, muitas vezes acho difícil considerar um moço "das antigas" bonito, seja pelo estilo, corte de cabelo ou a simples diferença no padrão de beleza mesmo. Mas Major Nelson era lindo em 1960 e é lindo hoje em dia. Casaria e jogaria a garrafa de Barbara Eden (outra beleza imortal) no lixo.


Harry Potter
Eu sei, todas suspira por Ron Weasley. Talvez por ser filha única e não ter de dividir histórias ou, nas brincadeiras (sozinha, snif), seguir apenas meu próprio roteiro, eu sempre tive uma queda por protagonistas. Harry pode não ser o mais inteligente da turma, nem o mais bonito, ou sequer o companheiro notável, mas é, sem sombra de dúvidas, o centro das atenções, o grande herói. Rowling ainda o presenteou com uma dose de realismo, quando o fez extremamente honrado, mas repleto de falhas. Por várias situações, vemos Harry tomar atitudes impulsivas, egoístas e irresponsáveis, colocar seus amigos em perigo, meter os pés pelas mãos. Para, no fim, mostrar toda a sua coragem e se sacrificar, sem pensar duas vezes, por amor e amizade. Casaria e exigiria meu green card no mundo dos bruxos.


Derek Shepherd – Grey's Anatomy
A escolha mais óbvia, eu sei, mas não consegui resistir. Não é apenas o cabelo impecável, Derek Shepherd exala perfeição por cada milímetro do corpo maravilhosamente esculpido. Ele quer casa, esposa e filhos. Romântico incurável, já chegou a perdoar uma traição e lutou bravamente contra um novo amor, por respeito ao casamento em ruínas. Dono de um sorriso apaixonante, ele é do tipo que propõe casamento por post-it's, da forma mais fofa possível, e, de quebra, ainda constrói uma casa linda para morar com sua amada. Pois é, McDreamy é, reconhecidamente, um sonho. Até quem não é tão chegado em crianças assim – moi –, se derrete quando o vê brincando com Zola. Caso, mas me recuso a morar em um trailer.


Nathan Drake - Uncharted
De longe, o mais sexy da lista. Nathan Drake é aventureiro, engraçado (por vezes até bobo, vide troféu Marco Polo) e absurdamente sedutor. Acreditem em mim, Drake é o McSteamy dos games. Sua personalidade faz com que jogar Uncharted seja quase como assistir um filme, com um daqueles protagonistas para lá de carismático. Ele é o herói insolente, aquele que vai fazer piadinhas quando te pegar no colo e abrir um sorrisão quase infantil logo depois de escapar de um desastre. Aliás, uma de suas características mais marcantes é não levar a vida tão a sério, a não ser quando seus amigos correm perigo. É praticamente impossível jogar sem imaginar como ele seria se fosse... bem... real. Afinal, com o charme inspirado em Cary Grant, quem resistiria? Caso. Na Índia, de roupa cáqui, em meio a ruínas e explosões.


Jim Halpert – The Office
Apresento-lhes o motivo pelo qual sobrevivi à primeira temporada de The Office. E à metade da segunda. Porque, minha gente, The Office é uma das séries mais geniais que já assisti, mas o começo é sofrível. Agradeço aos céus por existirem Pam e Jim para aliviar. O romance dos dois é daqueles que te faz sentir uma pontadinha de inveja por não ser com você. Jim é o cara fofo do escritório, meio tímido, extremamente sarcástico, com um sorriso de derreter corações, que se apaixona completamente pela melhor amiga do trabalho. Só que a moça está de casamento marcado e ele é obrigado a suprimir esse sentimento, até não aguentar mais e, finalmente, se declarar. Com a ajuda da sua criatividade marcante (suas pranks são bem famosas), ele não só se tornou o queridinho da série, como também conquistou o coração da amada. Confesso que assisti à cena do primeiro beijo mais vezes do que conseguiria contar. Caso e ainda me fantasio de papel para combinar com o three hole punch no Halloween, ui.


Sôichiro Arima – Kareshi Kanojo no Jijou
Arima é o tipo de personagem que não dá nem para desejar que seja real. Ele é inteirinho feito daquela perfeição e primor que só poderia existir na ficção mesmo. E a história começa bem por aí. Miyazawa é a garota modelo no colégio onde estuda; ótimas notas, bonita, boa nos esportes, sempre disposta a ajudar os colegas. O problema é que sua personalidade é uma farsa assumidamente criada por ela mesma, no intuito de ser o centro das atenções. Quando está longe da escola, Miyazawa é narcisista, infantil e altamente competitiva, chegando a passar noites em claro estudando como uma louca, apenas para sustentar sua imagem. É então que Sôichiro Arima chega ao colégio e Miyazawa tem uma crise de inveja/ciúmes. Arima não só tira notas maiores, como também faz parte de vários clubes e ainda arruma tempo para ser campeão nacional de kendo. É educado, bonito e prestativo. De verdade. No meio de toda a rivalidade (por parte da Miyazawa), os dois acabam se apaixonando e Arima ainda se torna o namorado mais fofo do mundo. Casaria, e pediria ajuda na lição de casa.


Jesse de Silva - A Mediadora
Vou logo dizendo, Jesse é um fantasma. E isso seria o suficiente para eu abandonar a leitura e enfiar o livro no freezer, no melhor estilo Joey. Sério, morro de medo de histórias de fantasmas. Para piorar (ou não), Jesse é o fantasma que a protagonista Susannah encontra no seu quarto quando se muda para uma nova casa e, justiça seja feita, se vê obrigada a dividir o espaço com o atual morador. Não que ela não tenha apresentado alguma resistência, mas é realmente difícil dizer não a uma assombração de pele bronzeada, cabelos escuros, olhos negros e abdômen de causar distrações até a uma médium. Além dos atributos físicos frequentemente mencionados por Susannah, Jesse é o típico gentleman do século XIX - data em que morreu -; nobre, educado, protetor e com uma moral tão exacerbada, que seus conceitos sobre relacionamentos chegam a ser um tanto antiquados. Nada que não possa ser resolvido, claro. Ele ainda é bastante esquentadinho e vive sussurrando palavras em espanhol quando fica bravo. Ai. Casaria, nessa e na outra vida.

Menções honrosas a Tom Hansen, Clark Kent e Dexter Morgan.