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De volta às origens

Foi em clima de ano novo que resolvi mudar o layout do blog mais uma vez.


É pra ver se dá um gás, sabe? Pra ver se eu retomo aquela energia que eu costumava ter com projetinhos pessoais, quando o mundo "dos adultos", do corona e do caos mundial não me engolia por inteiro.

(Queria abrir um parêntese aqui que, olha, antes fosse só o blog. Ultimamente parece que tudo na vida anda meio pausado. Estamos vivendo nessa interminável sala de espera, onde até as mudanças mais drásticas parecem mais do mesmo.)

Eu também senti que, cada vez que levava o layout para um lado mais "formal" - carousel, posts cortadinhos, sidebar cheia de widgets -, menos eu tinha vontade de escrever. Porque não dava para publicar um post como esse, caótico e desestruturado, num layout todo moderno e aesthetic do etsy.

Até pensei em desistir. Ah, se pensei. Precisei sentar, reler, abrir janela, fechar janela, cavucar a mente em um questionamento incessante sobre esse espaço ser algo que eu realmente gosto de fazer, ou apenas mais uma cobrança sem sentido da minha cabeça. 


E, para ser sincera, ainda não sei dizer. Talvez seja mesmo mais uma manifestacão dessa pressão auto imposta, uma obrigação invisível que mais sobrecarrega e pouco satisfaz. Porém, nesse momento, eu também sei que ainda não estou pronta para desistir. Em um ano em que as redes atingiram o pico da toxicidade, acho que preciso de uma morada só minha, formatada do meu jeito, para falar sobre o que eu tiver vontade, sem filtros pré configurados ou limite de 280 caracteres.

Acho importante mencionar que eu sempre tive muita dificuldade com a escrita. Ainda lembro bem daquele sentimento de pânico quando a professora de redação pedia para arrancarmos uma folha do caderno. Olhar para os lados e enxergar rostos compenetrados, papéis preenchidos enquanto minha folha permanecia em branco, era uma cena tão frequente e traumatizante que acho que ainda revivo a sensação a cada vez que abro o editor para começar um novo post.

Aliás, a ironia de ter escolhido minha profissão pensando no alívio de nunca mais ter uma aula de português ou ser obrigada a escrever uma dissertaçãozinha sequer, até descobrir que, bem, tudo é escrita. Desde a apresentação sobre o modelo mais preciso, até o email informando as conclusões do experimento, quem sabe estruturar frases vai longe também em Exatas, e quanto mais eu encontrar formas de treinar essa habilidade, melhor para mim. Em todos os campos.


Mesmo eu não gostando de resoluções, fica aqui meu desejo para 2022; ter mais ânimo para visitar esse espaço, nem que para publicar um único parágrafo ou uma tag bobinha. Que aqui possa ser uma expressão do que resta do lado criativo do meu cérebro, minha fuga particular do mundo da lógica no qual me afogo em dias úteis.

O que aconteceu aqui?

Uma das coisas que mais me apavoram nesse mundo blogueiro sempre foi a falta de privacidade. De 14 anos nessa vidinha, calculo pelo menos metade deles em sistemas fechados (saudades, livejournal), ou com posts completamente desatualizados, graças a um medão in?-justificado de me expor. Claro, existe ainda todo um histórico de bloqueio criativo, semestres puxados na faculdade e saco cheio de internet, mas só eu sei o quanto minha timidez virtual tem sua parcela de culpa nesses hiatus.

Eu nunca fui de divulgar o blog pessoal para colegas de trabalho ou "conhecidos", inclusive sempre tomei o devido cuidado de evitar que algumas dessas pessoas chegassem até ele. Veja bem, acho lindo quem compartilha tudo nas redes sociais - se for canal do youtube então, nível de desprendimento ultra mega master que jamais vou alcançar nessa vida -, mas eu nunca me sentiria confortável sabendo que o mocinho do rh, ou a tia do ex-namorado, leram exatamente o que eu penso sobre as doutrinas sociais duvidosas que eles insistem em defender.

Na verdade, acho que estou sendo até superficial; essa questão vai muito além de convívio profissional barra liberdade de expressão. É, principalmente, poder impor limites no quanto os tais acquaintances sabem sobre você, e no quanto isso pode afetar suas relações sociais obrigatórias. Uma coisa são seus amigos, virtuais ou não, pessoas que você associou à sua vida por livre e espontânea vontade, lendo e dividindo experiências sobre vida amorosa e crises existenciais. Outra, bem diferente, são as pessoas que a vida impôs a você.


Bom, agora que você já está inteirado sobre meu leve pânico associado a privacidade & blogs pessoais, posso te contar exatamente o que aconteceu em uma tarde de terça-feira. Para resumir, aquela outra rede social fez o favorzão de mandar convite para curtir a página do blog assim, para todo mundo, sem filtros e sem minha permissão. Tá, não foi bem desse jeito, desconfio que tenha acontecido em um daqueles meus momentos super pacientes, de sair clicando OK para tudo quanto é aviso, mas ainda assim, por razões óbvias, não era minha intenção.

Depois de passar pelos 5 estágios do luto (isso porque estou suavizando o drama aqui), percebi que já estava mesmo descontente com a proposta do blog há algum tempo. Preferi fechar tudo e recomeçar, dessa vez usando meu antigo domínio, e voltando a ser o diarinho que me trouxe a esse mundo blogueiro em primeiro lugar. Mantive alguns dos posts impessoais, trouxe textos do antigo blogspot, dei um tapa no layout, e, em uma corajosa empreitada para vencer minha vergonhinha virtual, escrevi até uma dessas páginas Sobre mim.

Ainda quero falar sobre viagens, literatura, culinária e fazer resenhas, porém usando menos uma ótica impessoal, e mais minha própria perspectiva. Blogs de dicas são legais e tudo, mas minha paciência acaba quando a adaptação SEO friendly começa. Em tempo, não fiz uma página na outra rede social para esse blog. Acho melhor assim.