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Então é Natal...

Eu poderia odiar o Natal. Sabe, ser uma dessas pessoas que praguejam contra o apelo capitalista da data, a quantidade desnecessária de uvas passas ou o copo vermelho da Starbucks. Eu poderia simplesmente ser uma pessoa mais Ano Novo. Show da virada. Praia grande. Roupa branca e rasteirinha.

Para ajudar, não sou cristã, minha família se odeia demais para conviver em harmonia por uma noite, guardo péssimas lembranças de amigos secretos (incluindo a bola de vôlei furada que ganhei na 4a. série), acho nozes sem graça e tenho pânico de shopping lotado. Mais que motivos suficientes para incorporar o Grinch, certo?

Só que eu não odeio a data. Pelo contrário, sou quase a Izzie Stevens louca do Natal. Não sei bem se é a ideia de compartilhar lembranças - onde estávamos no Natal de 2016? -, a magia das luzes/músicas/cidade decorada, ou mesmo o espírito natalino, que faz com que as pessoas falsamente ou não transpareçam mais bondade nessa época. No fim, compro a ideia e acabo acreditando piamente que todo 25 de Dezembro vai ser incrível.

ms. otimismo, prazer
O espírito do Natal tomou conta aqui em casa já no mês passado, quando acompanhamos a transformação da Disney num grande parque papai noel-ístico. Tendo casado com um ser humano que consegue se empolgar com a data ainda mais do que eu, já foram algumas várias fotos de pinheiros decorados, somados a carols cantados à exaustão. Fizemos até uma lista de filmes para maratonar até o dia 25 e, até agora, já cumprimos ElfChristmas with the KranksHome Alone 2National Lampoon's Christmas Vacations, Miracle in the 24th StreetThe Santa Clause e The Family Man (favorito ♥ ).

acordamos e essa belezinha estava montada no lobby do disney's grand californian hotel
Como estaremos na Flórida com os sogros (so much for my white xmas, fuén), a decoração aqui de casa foi tímida, mas com dignidade. Mesmo quando eu passava meus Natais sozinha (mãe na escala de plantão: uma realidade natalina), sempre tratei de manter o clima da data. Seja um pisca pisca na janela, uma rabanada feita na calada da noite, um Nightmare Before Christmas no SBT antes de dormir. Eu gosto de tradições. Elas importam exatamente porque fazem com que a gente se sinta parte de algo maior. Como se toda a humanidade estivesse também, naquele momento, celebrando a esperança, a generosidade e a união (ms. otimismo, não disse?).



cookies natalinos (abóbora com gotas de chocolate) - receita aqui
No mais, estou com um certo bloqueio criativo e vocês podem me flagrar apelando para alguma tag/blogagem coletiva/projeto fotográfico nos próximos dias. Se eu não aparecer até lá, já fica aqui meu desejo de Feliz Natal para todos :*

Black Friday wishlist

É fato que a gente passa por várias mudanças bruscas irreversíveis durante toda a vida. Algumas universalmente reconhecidas; puberdade, passar na faculdade, pagar a primeira conta, etc, e outras que dizem respeito apenas a nós mesmos.

Assim como todo mundo que já passou ao menos da pré adolescência, também sofri alguns desses wake up calls da vida, sendo um dos maiores quando descobri que estava doente lá pelo finalzinho de 2013.

Porque não foi só o meu corpo que, de nunca-pego-nem-gripe, passou a precisar de visitas intermináveis a hospitais, tratamentos, exames incômodos e remédios hardcore. Também não foi só o namoro que acabou, com o ex fugindo para as colinas por não estar pronto para lidar com ~gente doente~. Todo o resto em mim mudou. A forma como eu via as pessoas ao meu redor, como eu buscava meus objetivos, como eu definia minhas prioridades, e até pequenices, como meu jeito de usar a internet e a decoração do meu quarto.

Lembro que foi bem nessa época que eu assisti a essa palestra no TED, e comecei a pesquisar um pouco mais sobre Minimalismo e outras "técnicas para se viver melhor" (nome meio piegas-auto-ajuda, eu sei). É nessa minha pastinha mental que eu misturo os low poos, a hortinha caseira, o espiritismo, o pensar duas vezes antes de escrever qualquer coisa, em qualquer lugar.


Em relação ao consumismo, confesso que nunca fui de gastar o que eu não tinha (minha mão de vaquice é mais forte que eu), mas eu fazia questão de ter um guarda roupas sempre abarrotado, incontáveis produtos de maquiagem os quais eu não usava nem a metade, além de sentir uma necessidade vital de sempre comprar alguma peça da coleção nova do Fulano by C&A (eu era consumista, não rica). Essa questão das roupas se tornou um vício incontrolável, a ponto de eu me sentir incompleta e depressiva quando não dava tempo de comprar algo novo na semana.

Mas, claro, tudo isso passou quando eu fiquei doente, porque né. Eu tinha coisas mais importantes para me preocupar. De repente estar bem e cuidar da saúde era mais crucial que comprar aquela bolsa nova que ~toda blogueira está usando~. É pesado dizer isso, mas hoje em dia eu tenho a completa noção de como essa época me salvou da pessoa ridícula e mesquinha que eu estava me tornando.

Não que eu tenha me tornado um ser iluminado (apesar de ter me casado com um). Bem longe disso. Não me considero sequer minimalista, só uma simpatizante da filosofia. Sequer sigo fórmulas prontas pela internet (ex. capsule wardrobe), pois tenho pouquíssima disciplina com regras; vou comprando conforme tenho necessidade mesmo, respeitando minha própria mudança gradual.

O resultado é que praticamente não gastei com roupa esse ano. Aliás, passei boa parte de 2016 vivendo com menos de 15 peças no armário, pois o resto do meu guarda roupas só veio do Brasil mês passado. E, juro, não senti falta alguma de variar no look do dia.

Amanhã é a Black Friday e o marido insistiu para eu fazer uma lista de última hora. Anotei um pijama de frio, um casaco de neve e algumas meias. Ele reclamou, disse que os preços estão ótimos e eu deveria aproveitar. Mas eu simplesmente não sinto necessidade de mais nada.

What you don't have, you don't need it now.

Here comes the sun

Eu nunca sonhei em me casar. Espera, deixa eu consertar isso. Eu sempre quis um casamento; chegar em casa e ter alguém para contar meu dia, cozinhar, viajar, planejar as economias, ver todas as séries e envelhecer juntos. Mais ou menos igual ao comecinho de Up, sabem? O que eu nunca quis mesmo era uma festa de casamento.

Só que o casamento, como eu venho aprendendo a cada dia, é uma equação de duas variáveis. E o y dessa equação não estava tão contente assim com uma celebração fast food.
Concordei com a cerimônia (fake, porque já estávamos casados). Concordei com uma recepção. Concordei em chamar a família de outros estados (e outro país). Quando eu me dei conta, já estava envolta em uma bola de neve, na qual eu precisava tomar decisões importantíssimas como escolher entre 5 tipos diferentes de centros de mesa, ou entre 10 cores de toalhas.

Me estressei? Muito. Valeu a pena? Valeu. Depois que passa a entrada ao altar (ao som de Here Comes the Sun, fiz questão), e você se dá conta de que não levou um tombo - de salto 15, na grama -, tudo fica bem mais leve. O máximo de leveza que passar o restante das 4 horas com um vestido de 4 kg permite, claro.