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For all the eggs in one basket

Passei esses últimos meses submersa em relatos, devorando qualquer pedaço de narrativa que pudesse me iludir sobre mecanismos de enfrentamento e precaução natural. Prendi-me a fios de esperança frágeis, a maioria travestidos de progressões lineares tão impecáveis que faziam meu estômago revirar de despeito.


Por fim, aceitei (talvez uns cinquenta vídeos tarde demais) que esse processo é intrinsecamente pessoal e intransferível. Reconheci também que não há meios de torná-lo menos angustiante – culpar agentes externos, fingir indiferença, ou até mesmo caçoar dos que levam tudo a sério demais –, you name it, eu tentei.


Ainda não cheguei ao estágio de evitar o assunto, mas o sinto iminente. Arquivo conversas inteiras no celular, me convenço sobre ínfimos percalços, e planejo meus passos de modo a tornar as semanas distrativas, ou minimamente suportáveis.




Não posso dizer que dói, mas assusta. Não que as coisas jamais tenham funcionado dessa forma, mas mal consigo planejar o resto do ano com clareza. Veja bem, eu sei das alternativas, e talvez ainda possa traçar um cronograma no escuro, mas o que eu queria mesmo, de verdade, era não precisar de nenhuma programação. Não era assim que era pra ser?


Ainda assim, me julgo até resiliente nessa batalha diária pela censura do arrependimento. A terapia já me advertiu sobre a linearidade (ou a falta dela) em tantos contextos que, se eu me permitir acreditar por um segundo que seja, todo o esforço seria em vão.