Esses dias me bateu uma vontade de escrever no blog, mas eu achei que ficaria um tanto estranho aparecer aqui do nada, com um assunto aleatório, sem dar qualquer satisfação sobre meu sumiço nos últimos meses.
Pois bem, como vocês devem imaginar, minha mais-óbvia-e-recorrente desculpa é o famigerado último semestre do mestrado.
Não posso deixar de ressaltar que, chegando nessa reta final, a faculdade se desfez em desânimo. Principalmente nas últimas semanas, tudo o que eu mais queria da vida era terminá-la. Simplesmente já não tinha mais a mesma disposição para tantos projetos, provas, listas de exercícios, trabalhos em grupo, aulas, apresentações, grupos de estudos, etc etc. Eu estava saturada, e sentia que já não havia espaço no cérebro para enfiar mais coisas.
É inegável que aprendi muito até aqui, e que o mestrado abriu portas que jamais seriam abertas de outra forma. No entanto, entrar naquela sala de aula no último mês era ter a certeza de que o mundo acadêmico precisava finalmente ficar para trás. Era hora de ter uma ~vida normal~; acordar, ir para o trabalho, voltar, deitar no sofá e assistir Netflix até dormir, sem culpa alguma por não estar adiantando as toneladas de lição no lugar.
Eu sempre fui a louca ~acadêmica~. Graças ao bacharelado em período integral, comecei a trabalhar muito tarde e, quando comecei, tratei de me enterrar em mais livros/cursinhos para passar em um concurso melhor.
Quando passei, mudei de país e lá fui me enfiar em mais uma faculdade. Eu simplesmente não sei uma maneira melhor de progredir, e, mesmo sendo mais complicado, estudar sempre me pareceu o caminho mais óbvio.
Finalmente acabou, e, bem, sobrevivi. Estudar nos Estados Unidos não foi nem de longe o bicho de sete cabeças que eu achava que seria, mas estudar E trabalhar continua sendo uma roubada em qualquer lugar do mundo. Foram muitas noites de 4 horas de sono, muitas idas à biblioteca no meio da nevasca, muitos finais de semana trancada no porão/escritório, e muito (!) shampoo a seco, porque tempo para lavar o cabelo não havia.
Pode parecer pouco, ou "só um papel", mas o diploma me fez sentir como se minha transição estivesse - finalmente - completa. Praticamente uma validação de que eu realmente faço parte dessa "sociedade", de que agora tenho um espacinho só meu por aqui.