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Gratidão

Queria ter nascido com o dom de saber agradecer mais e reclamar menos. Não necessariamente fazer a pollyana, mas, ainda assim, enxergar o melhor nas situações, por pior que elas se apresentem. Queria praticar mais parar por uns minutos, para perceber todas as coisas que conquistei, sem me focar naqueles detalhes que nunca sairam como eu queria. Um tanto mais contemplação, um tanto menos pressa.

Mas eu sou cheia de falhas e, talvez, essa seja uma das piores. Tudo bem, essa constante insatisfação pode ser produtiva às vezes, e eu acredito que me impulsiona a ir atrás de muita coisa. Convenhamos, comodismo nunca foi meu nome do meio. Ainda assim, gostaria de poder parar e olhar ao meu redor, me sentir grata por tudo que deu certo até aqui. Por tudo que deu errado também, afinal, o que importa são as lições aprendidas.

O Thanksgiving pode não significar muito para mim, afinal, nunca fez parte da minha cultura, mas eu achei incrível essa ideia de tirar um dia para agradecer por tudo aquilo que tomamos como ganho. É triste sim, que precisemos de um dia específico para desligar os eletrônicos, aproveitar a família, comer com calma e sermos gratos. Mas funciona.

O dia aqui em casa teve muita colaboração familiar na cozinha. Não sou a maior fã do ambiente, sequer sei ir muito além do ovo frito e do arroz na arrozeira, mas ajudei no que pude. Já que é para fazer, vamos caprichar. E, no fim, o almocíneo ficou 99% tradição americana, mas aquele 1% rebeldia:

Das abóboras

Fosse para escolher uma estação favorita, certamente seria o Outono.

A temperatura se torna mais amena, o calor já não sufoca mais. As cores vibrantes, tons de laranja e amarelo, preenchem as montanhas como fagulhas. É como se tudo ao meu redor estivesse se preparando para uma grande mudança, deixando para trás as folhas, as aparências que já não servem mais, e eu não consigo evitar de me sentir da mesma forma.


O que me causava um leve incômodo, de repente, parece insuportável. O comodismo já não faz parte de mim, as escolhas não paralisam mais. Quero gritar, correr, bradar minha insatisfação, tomar as rédeas. Não é o impulso que toma conta, é a coragem de fazer o que eu já deveria ter feito, enquanto a apatia e o mormaço asfixiante do verão não deixavam.

O blog, esse desapegou de vez do layout semi profissional. No melhor estilo post-extravasador da Ana, assumiu de vez sua identidade diarinho e seu lado pior blogueira do mundo.